Durante anos, a prática de caminhar 10 mil passos por dia foi identificada com um estilo de vida saudável. No entanto, Rhonda Patrick, investigadora norte americana, considera que há uma prática que pode ser bem mais eficaz para promover a longevidade, melhorar a saúde cardiovascular e equilibrar o metabolismo.
A investigadora especializada em envelhecimento saudável considera que a prática de caminhar longas distâncias pode ser menos eficaz do que os exercícios mais intensos quando o objetivo é melhorar a capacidade cardiorrespiratória, reduzir a gordura corporal e aumentar a longevidade.
De acordo com a cientista, “os dez mil passos deviam ser substituídos por 10 minutos de exercício intenso por dia“. Atividades como a corrida, o treino funcional, a musculação, ou até os agachamentos intercalados ao longo do dia, proporcionam benefícios mais significativos, sobretudo na capacidade do organismo aumentar o volume de oxigenação no sangue, um indicador fundamental da eficiência cardiovascular e da resistência física.
Para explicar a diferença entre os e benefícios de cada uma das atividades Patrick comparou os efeitos de caminhar 30 minutos por dia com a realização de 10 agachamentos a cada 45 minutos, isto num intervalo de 8 horas. O segundo método (10 minutos de exercício intenso) mostrou-se mais eficaz na regulação da glicose no sangue.
“Caminhar é melhor do que nada, mas não melhora significativamente o volume máximo de oxigénio no sangue”
O perigo do sedentarismo
Rhonda Patrick também mencionou um estudo do cardiologista Benjamin Levine, que demonstrou como o repouso prolongado pode ter um impacto mais negativo na saúde cardiovascular do que décadas de envelhecimento natural. Este estudo sublinha a importância da atividade física regular e intensa, mesmo em pessoas jovens e saudáveis.
Magnésio: o nutriente esquecido que protege o ADN e previne o cancro
Para além do exercício físico, Rhonda Patrick destaca a importância da nutrição funcional, com especial ênfase no magnésio. Este mineral é responsável por mais de 300 reações bioquímicas no corpo humano, incluindo a reparação do ADN, a regulação da inflamação e a produção de energia celular.
Uma ingestão insuficiente de magnésio (menos de 75% da dose diária recomendada) está associada a um aumento de até 76% no risco de cancro do pâncreas. Além disso, a ingestão de níveis adequados de magnésio está ligada a uma redução da mortalidade e do risco de doenças cardiovasculares.
“O magnésio é essencial para evitar danos no ADN. Sem ele, as enzimas de reparação não funcionam corretamente”, explica Rhonda Patrick.
Fontes Naturais de Magnésio
- Entre os alimentos ricos em magnésio destacam-se:
- Espinafres e outros vegetais de folha verde escura
- Sementes de abóbora e girassol
- Amêndoas, caju e nozes
- Abacate
- Leguminosas (feijão, grão-de-bico, lentilhas)
- Chocolate negro (com elevado teor de cacau)
A suplementação pode ser uma opção eficaz, especialmente em pessoas com necessidades especiais, como idosos, atletas ou indivíduos com síndrome metabólica.
Segundo a EFSA – Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos, o magnésio deve ser ingerido preferencialmente durante ao pequeno-almoço ou o jantar, para facilitar a sua absorção e minimizar possíveis desconfortos digestivos. A dose diária recomendada para adultos situa-se, em geral, entre os 300 mg (para mulheres) e os 400 mg (para homens). Em situações de maior necessidade, como períodos de stresse, atividade física intensa ou gravidez, essa dose pode ser ajustada, sempre com aconselhamento médico.
Qual é a melhor estratégia para viver mais e melhor?
Os conselhos de Rhonda Patrick são claros: intensidade e qualidade do exercício físico são mais importantes do que a quantidade. Em vez de se focar apenas nos passos, aposte numa atividade física estruturada, treino de força, e movimento frequente durante o dia. Além disso, garanta uma ingestão adequada de nutrientes fundamentais como o magnésio para proteger o seu organismo a nível celular.
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